A máxima "você é aquilo que você come" não poderia ser mais verdadeira nos dias atuais e nas pesquisas mais atuais. Não que genética, estilo de vida, história pessoal não contam. Mas os alimentos, a forma como são preparados e comidos, tem uma relevância muito grande inclusive em nossa saúde mental.
Hoje no mundo acadêmico se fala em eixo "intestino-cérebro-microbiota", que seria um caminho de influência mútua do próprio cérebro em nosso intestino e nos microorganismos que o compõem, assim como dos microorganismos e sua influência no intestino e no nosso cérebro. Essa via de comunicação e influência pode se dar de diversas formas: através da inervação do intestino (N. Vago), produção de moléculas semelhantes a nossos neurotransmissores ou toxinas feita pelas bactérias intestinais ou mesmo estímulo a mediadores inflamatórios que caem na corrente sanguínea.
Sabendo disso, a composição de nossa microbiota pode interferir sim em nosso humor e o nosso humor também pode interferir por fim na composição de nossa microbiota. E o que fazer diante disso? Bom, o que as pesquisas até o momento indicam é que a alimentação rica em fibras, prebióticos e probióticos e alimentos com propriedades anti-inflamatórias parecem ter um papel benéfico para a saúde mental.
Dentre as fibras, podemos salientar as verduras, leguminosas, grãos e cereais integrais.
Já os prebióticos são alimentos capazes de favorecer os microorganismos benéficos para a nossa saúde e são exemplos as próprias fibras, cereais, tomate, banana, cebola, alho, aveia, vegetais verdes e semente de linhaça.
Exemplos de alimentos com propriedades anti inflamatórias seriam café, cacau, frutas e vegetais coloridos, temperos e especiarias, dentre eles o orégano, a cúrcuma, o açafrão e o alecrim.
Como posto acima, não são alimentos diferentes daqueles que usualmente são recomendados quando se fala de saúde, chegando a beirar o senso comum. Isso nos leva a concluir também o que se conclui quando se fala em nutrição e saúde: evitar fast food, junk food, alimentos industrializados, refrigerantes e açúcares.
Fazendo boas escolhas alimentares, além de ter impacto na saúde como um todo, também parece ter um grande papel na preservação da saúde mental e no restabelecimento da mesma.
Para saber um pouco mais sobre esse tema fascinante assista ao TED de Rob Knight, professor da Universidade de San Diego, pesquisador ativo na temática de microbiota.
BIBLIOGRAFIA
Kachani AT, Cordás TA. Nutrição em psiquiatria – 2ª edição. 2021
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GLORIA .CHRISTOFOLETTI