O Transtorno Bipolar é uma condição psiquiátrica crônica marcada por oscilações de humor, variando entre episódios de Mania (ou Hipomania) e Depressão. Embora seja frequentemente associado a figuras públicas da arte, ele também esteve presente na vida de grandes nomes da Ciência, como o físico brasileiro César Lattes.
César Lattes foi um dos descobridores do Méson Pi, partícula fundamental para o avanço da Física Nuclear. Sua trajetória brilhante, no entanto, também foi marcada por episódios de instabilidade de humor compreendidos à luz do diagnóstico de Transtorno Bipolar, conforme descrição no livro “César Lattes: Uma vida: Visões do infinito", de Marta Góes e Tato Coutinho (2024).
Durante os períodos de “hiperatividade” intelectual, Lattes demonstrava energia inesgotável, criatividade fora do comum e produção científica intensa — características comuns da fase de Hipomania e Mania.
Por outro lado, também viveu momentos de profunda apatia, isolamento e melancolia, sugerindo fases depressivas que prejudicaram sua convivência social e profissional.
Falar sobre a Saúde Mental de figuras históricas não é um exercício de julgamento, mas sim de compreensão e educação. Compreender que o Transtorno Bipolar pode afetar mesmo mentes brilhantes ajuda a combater o estigma e promove o acesso ao tratamento adequado.
A trajetória de Lattes nos lembra que a Genialidade e o Sofrimento Psíquico podem coexistir — e que falar abertamente sobre isso é um passo fundamental para normalizar o cuidado com a saúde mental, especialmente em ambientes de alta exigência como a ciência.
Referência
- GÓES, Marta; COUTINHO, Tato. César Lattes: Uma vida – Visões do infinito. São Paulo: Editora Record, 2024.
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