O Exercício Físico, como é sabido, está diretamente associado com qualidade de vida, longevidade e prevenção de doenças crônicas. Outro grande benefício da Atividade Física é a prevenção e tratamento de transtornos mentais, como a depressão e transtornos de ansiedade, dentre outros.
Na maioria dos estudos relacionados ao tratamento de quadros psiquiátricos o resultado foi significativo, com tamanho de efeito de médio a alto. Ou seja, estamos falando de uma ferramenta que tem um impacto relevante e que por vezes é negligenciada, talvez até por desconhecimento. Dentro da Psiquiatria uma subespecialidade que estuda especificamente essa interface é a Psiquiatria do Esporte.
Como começar?
Primeiro passo, consulte um médico para saber se você tem alguma contra-indicação à prática de Exercício Físico.
Posto isso, sem limitação, a caminhada pode ser a porta de entrada para modalidades mais elaboradas e que possam exigir a matrícula em alguma academia e a supervisão de um educador físico/ treinador, como por exemplo a musculação ou a natação.
Para a caminhada basta um calçado confortável e um espaço ao ar livre, pode ser na rua, numa pista de caminhada, no seu condomínio, onde sua criatividade permitir.
Qual a frequência e duração?
A maioria dos estudos que avaliaram a Atividade Física, dentro da Psiquiatria do Esporte, como adjuvante no tratamento de quadros psiquiátricos utilizou exercícios aeróbicos, com duração de 30 minutos, 3 vezes por semana. Ou seja, com 90 minutos, divididos em 3 vezes por semana já é possível obter um benefício significativo.
Se formos buscar recomendações mais atuais, buscando um benefício mais amplo em qualidade de vida, o ideal é:
- no mínimo 150 minutos por semana
- idealmente devem ser divididos em 3 ou mais vezes.
Qual exercício?
Aquele que você conseguir fazer. Se você gostar melhor ainda. Caso não goste de nenhum esporte ou modalidade, aquele que seja minimamente tolerável. Não adianta você se matricular na melhor academia da cidade se você não for.
Hoje o que se tem de melhor recomendação, visando saúde e qualidade de vida, é a combinação de exercícios:
- aeróbios,
- de força,
- de mobilidade.
É sabido também que dentre as modalidades, a musculação, talvez por ser mais estudada, ajuda a prevenir perda de massa muscular, aumentar a qualidade de vida e a prevenir quedas, o que pode ser especialmente importante para idosos.
Qual a Intensidade do Exercício Físico?
A recomendação é começar os exercícios com uma intensidade leve/ moderada e aumentar a frequência gradualmente. Afinal, se você se machucar isso vai interromper sua empreitada por um tempo.
Os maiores benefícios se encontram em atividades físicas de esforço moderado. Uma forma indireta de saber que o esforço está sendo moderado é: não conseguir cantar durante o exercício. Isso mesmo, não conseguir cantar seria uma medida indireta de que sua frequência cardíaca está correspondendo a um esforço moderado. Outra forma, objetiva, seria calcular a sua Frequência Cardíaca de Treino e monitorá-la durante a prática.
Dicas para implantar o Exercício Físico como parte do seu Tratamento Psiquiátrico
- encontre um parceiro para se exercitar junto
- tenha uma rotina de exercícios, com dia e horário pré-estabelecido em sua agenda
- comece devagar e aumente a intensidade gradualmente
- sempre que se exercitar, faça alguma rotina de aquecimento e, ao terminar, diminua a intensidade ao poucos
- de preferência tenha a supervisão de um profissional habilitado
Outras medidas para ter uma Vida Mais Ativa
- pare o carro longe de seu local de destino
- vá caminhando ou pedalando até o trabalho
- desça uma estação, ou um ponto antes e caminhe até o seu destino
- use escadas sempre que possível
- procure fazer atividades ao ar livre, com seu companheiro (a), família, amigos
- experimente novos exercícios com seus amigos, companheiro (a), família
REFERÊNCIA
- UPTODATE. Exercise prescription and guidance for adults (2020).
- Ströhle A. Sports psychiatry: mental health and mental disorders in athletes and exercise treatment of mental disorders. Eur Arch Psychiatry Clin Neurosci. 2019 Aug;269(5):485-498.
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